segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Do "Achei bonito ao não gosto" entre doutos da crítica especializada 


Beleza não é uma qualidade restrita às obras artísticas nem se buscarmos o conceito mais antigo e básico ocidental - destaque para Platão - na defesa da arte como "mimese", como realização de cópia do ideal. Em Aristóteles, o destaque da obra artística se relaciona à catarse ( purgação) e a noção de verossimilhança ( tornar a obra mais interessante do que um fato que inspirou a obra ). Ainda que a beleza fosse uma qualidade desejável em algumas obras, permanece como qualidade não descritiva e exclusiva da criação artística clássica.


Outras grandes definições de arte - palavra ocidental - são: arte como expressão e arte como forma; simplificando: a primeira destaca às motivações interiores e subjetividade do artista, enquanto a segunda faz prevalecer qualidades de ritmos, harmonia, equilíbrio, proporção, enfim, são as qualidades estruturais que servem para diferenciar arte de outra coisa.


Já mais recentes temos: a Teoria de Instituição, simplificando, a obra é arte porque foi feita por um artista, haja visto não ser ele alguém que tenha escolhido dedicar-se prioritariamente, por exemplo, às ciências exatas ou qualquer outra área do saber humano; e, Teoria da Semelhança Familiar, que diz ser impossível ter uma definição inerte sobre arte ou que acolha todas as expressões artísticas, porque obras artísticas e não-artísticas podem influenciarem a produção de artística em paralelo à permanente metamorfose da própria arte. 

Referência: arteref.com

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Particularmente, também me agrada a definição do psicanalista François Regnault: enquanto a religião afirma e a ciência sempre pergunta, a arte é aquilo que acontece - desobrigado da imediata função de utilidade - em redor do vazio ontológico em definir a existência, sem pretensão de afirmar e nem buscar verdades.

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