sexta-feira, 30 de dezembro de 2016




O tempo é todo:

Opaco;
Denso;
Volumoso...


O tempo é todo:

Táctil;
Saboroso;
Olfativo;
Audível;
Visível...


O tempo é todo:

Largura;
Altura;
Profundidade;
Peso e todas outras medidas que existem.


Enfim, o tempo é todo acumulativo, 
tanto quando se perde como quando se ganha.


E porque é vazia de todas essas qualidades e quaisquer outras a mente é capaz de se deixar ocupar por cada uma delas.

Tão pouco a mente é um lugar que acontece em nós, mas é ser um ponto de intersecção e autoreferente.

A memória é uma filha falante desse encontro.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016


Desarrume a cama antes que eu chegue,
porque eu preciso caber entre as texturas e ter a medida da sua ocasião mais espontânea.

Não vai ter amanhã se terminamos cada instante sedentos do próximo, então seremos nós moto continuum do existir.

Em que tempo e espaço somos coincidentes e mutuamente desejantes? É preciso um buraco negro em cada peito nosso.

Não, por mais que inventem palavras e conceitos há alguma coisa que ainda insiste em existir como pele e nisso moram os plurais.


             Imagem: Zona Diversa - MX

sábado, 24 de dezembro de 2016


Para todos aqueles que só acreditam na versão pessoal divulgada como verdade inerente à condição de ser, ofereço a contradição arquitetônica.

Não se enganem, os vitorianos achavam que casamento era sociedade de bens, os românticos morreram em razão de valorizarem o oposto: o sentir... se vocês se querem acomodados, okay... mas deixem sonhar os capazes e que os 'cemitérios'* abriguem os cômodos.

Não queiram a atualidade como ideia, pensamento, princípio e valores conceituais ou materiais semelhantes à uma vala, que como 'por fim' cabem todos e sem prospecção de outra coisa além do que nós enxergamos agora, enfim ser isso é arrogância.

Se pegarmos o radical 'trans' no sentido de ultrapassar, talvez caiba como piada e reflexão histórica uma "trans-pós-modernidade": percebemos a mistura de tempos, estilos, culturas, etc... mas apesar disso talvez algo surja como reflexão nova e sem ser só mistura, com resultados: estéticos, éticos e poéticos.

* Cemitério: lugar em que enxergar está condicionado ao modo de ver de qualquer outro - ao invés dos olhos límpidos de sua própria mente-coração.

A mais real e atual versão de quem somos nasce amanhã, antes disso ninguém me convence - por isso atual.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016



Em mim só mora a pergunta sobre o porquê.
Tudo mais é vão, disfarçado de importante imediato.

Eu também aprendi contar estórias sobre o que nos ocorre e só me assusta achar que você acredita serem suas estórias verdadeiras. Por isso te deixo: sorrindo ou triste colecionar suas próprias emoções.

Do que me ocorre, ainda sou melhor a versão de mim e só espero que outros também sejam em si e para si mesmos.

Sobre as estrelas que apontou compartilhando  comigo, poucas ou quase nenhuma eu vi, e no entanto eu escolhi te ver feliz enquanto acreditava que eu estivesse vendo.

Então dois argumentos te contradizem:
Ser não é algo que caiba na tua caixa sobre a versão do que é ser.
Ser inclui imaginação sobre o imediato.

E toda e qualquer imaginação tem maior grandeza que a sua verdade sobre o que é ser.

- Só não te mando a qualquer lugar, porque aquilo que você é em si, apesar de seus argumentos inclusivos, te faz chegar sozinho ou acompanhado pelos que te acreditam verdade.

Desculpe, não me convenceu

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016


E todos os dias vão te amanhecer, sem ou com esperança.  E da relva sobre a grama cada gota de água antes de chegar ali namorou o sol.

Por isso se acorde tão leve como pássaro e faz até do suspiro de desassossego música. Ou sem acordar, só terá sonambulado.

sábado, 17 de dezembro de 2016



É preciso atravessar a noite,
enquanto salta de malas prontas no trampolim. O que levar? Para onde levar?

E a dúvida sozinha ingressa e pergunta à mala:  - Do que te cabe, o que é importante levar para que te sirva de coluna?

Às vezes nos entreatos do tempo - aurora e crepúsculo - sinto pena de nós que fomos criados para viver arrumando as malas.

Calculamos e fazemos estimativas, por isso mesmo hoje sempre amanhece um pouco amanhã. E lá vamos nós.

À cabeceira de toda cama humana
e de nenhuma outra
fizeram plantar um despertador.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ferreira Gullar sou irremediavelmente um decadentista apesar de toda modernidade que também você trouxe para mim:

- Veja bem, acabei de pingar solução nasal nos olhos e colirio no nariz. Sobre os efeitos? Sobrepus. E ainda estou sentindo as consequências.

Boa hora de partir, menino. Depois de morrerem  todos os sonhos, mas enquanto ainda acreditam na esperança - que é a última a morrer entre brasileiros -, apesar de desprezarem jardins.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016



No tempo os sonhos que enraízam nascem. Da outra parte desse todo que é sonho encontram seiva. Mas é sempre a partir de no mínimo dois.

Quando a Terra ainda era plana os sonhadores viam o horizonte como trampolim. Desta Terra que ficou curva dos saltos os sonhadores foram aos abraços e se encontram.

Certa vez eu vi um menino chorando e perguntei:


- O que houve?

E ele me disse:

- Eu ainda não sou plural.

E eu insisti:

- Me explica.


E ele disse:

- Amor, coragem e sonho são sempre plurais e coletivos e são grandes porque são importantes para mais do que uma pessoa, enquanto o medo, a fragilidade e a tristeza são sempre sentimentos em singular. Mas agora somos dois e aquilo que eu temia só estava em mim, porque somos mais que um já não me vence. Enfim, sou plural com você.



                     Imagem: Forgotten © A H M E D • K H A L E D

quinta-feira, 24 de novembro de 2016




É contrário à versão - condição de contar -
que o modelo faça pose. Mas quem somos nós à julgar aqueles que são bastantes à imaginação.

Eu te vi inerte absorvido pelo final da noite que não terminava. Não era exatamente você, mas algo que restava do cansaço do dia somado aos sonhos antes de dormir.

E se eu disser: - E então? For suficiente para que um desenho de sorriso surja em teus lábios antes de cada história tua. Farei reverência a quem concilia: vida e sonho.


                                               Imagem: Zona Diversa MX

quarta-feira, 23 de novembro de 2016



Eu, observando, tenho muita dificuldade pra perceber algo mais significativo que a vaidade em defesa da condição humana como superior às demais condições de ser. Me parece sempre e enfim uma autoria da vaidade sobre à razão - das mais imediatas às elaborações - estabelecer uma supremacia humana. E como metafísica me penso como as galinhas nas granjas, as ovelhas e gado nas pastagens e outros plantéis que também sentem - se de imediato e em elaboração beneficiados, cuidados, em vantagem ( supremacia ), porque ainda não se percebem como o alimento de outros. Então, como culminância da desgraça me pergunto: - O que como espécie me parece ser tão nosso que talvez sirva? E a resposta é: nós tecemos histórias e experimentamos emoções. Mas quem cultivaria isso além dos seres que existem enquanto forem memória? Malditos deuses.


Eu te vi pedindo para erguerem os símbolos e preparem a múmia entre os papiros de Ani, ainda que estas não fossem as verdadeiras condições de superação da morte, eu te vi pedindo isso: Significado.


Deste 'Oroboros' em qualquer condição ser o que somos é sempre um tipo de refinamento.


Eu não os maldigo deuses. E eu não poderia, porque nós nos dependemos mutuamente em cada extrato daquilo que é, daquilo que somos.


---


Agora pouco tive a sorte de encontrar com uma borboleta marrom de asas duras, daquelas que nascem no subsolo e desesperadamente voam em desgoverno... e tudo mais é juízo estético e supremacia do mármore.

terça-feira, 15 de novembro de 2016



Só te vê pleno em aurora quem acolhe tua escuridão. E desse dia em diante não restará nenhuma esperança à dúvida, não importa o que nasça entre vocês, será sempre filho da certeza.

Vai logo, fazer brotar do seu sorriso força para cada um dos meus sentidos que te buscam. E já que não te encontro preciso mais do que sorrisos, preciso-te zombeteiro gargalhando em triunfo na vida.

Do alto abaixo surge no horizonte uma ilha suspensa, mesmo que ninguém a veja e nem eu, aquela ilha está lá e só abriga os corações inflado de amor.


- Primeiro em pensei que amor fosse um barco para esperanças, depois a vida me fez crer que servisse para abrigar o inverso, enfim talvez amor tenha sua causa no existir a dois em silêncio confortável.

Mas amor é um horizonte que se encontra em outros olhos.

É preciso que passe a hora para que eu te diga atrasado, é preciso com isso dizer que para mim já não mais está em tempo oportuno, por isso me encontrará assentado e sem pressa.

- Quero chegar a dois naquela ilha suspensa.

                            Imagem: Zona Diversa MX


domingo, 6 de novembro de 2016



Dois avistamentos comoventes:
Você se sente sendo ele, pai.
Ou você se sente a mãe dele.

Um ama irrestritamente porque transpôs os limites de corpo auto referentes, então também é aquele que admira.
Um ama amar apaixonadamente um sonho consciente para além de si, árvore que ainda vê útero sorridente no fruto.

domingo, 30 de outubro de 2016



E no entanto é ali.

Voluptuosa sentinela é o desejo,
atravessa atento, se é binário, lado a lado,
evitando que uma versão de verdade o atropele.

- Não antes de ter em minhas mãos tua nuca falarei em vitória.

Porque tudo é vão, 
e se for em português,
preencha-me ao menos o côncavo das mãos.

Me isento desde que descobri o que eu quero:
dá-me logo um paradoxo de horizonte, enfim fim 
eu quero meus olhos a perder de vista bem perto aqui.

Naquele ponto em que teus olhos e os meus se confundem com nossos sorrisos
ali nascem sonhos.

sábado, 22 de outubro de 2016



Eu o apoio, eu não sou a melhor escolha dele. Ele melhor que ninguém sabe disso. E se eu fosse a melhor escolha dele, nós seríamos nossa melhor escolha, no entanto a vida para nós estava preparada para oferecer reticências solidárias e condolências a quem esperava uma guinada, então viver segue em retas esperanças, porque estamos certos do que queremos não ousaremos a curva e por fim só há amor no horizonte.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016





De toda matéria depositada sobre os sentidos,
os melhores filhos do espaço são os cristais:
completos na menor partícula,
econômicos em menor escala.


- Tempo quem é teu melhor filho senão aquele sobre o qual incide a condição de passar?

- Tempo quem é teu melhor filho senão aquele feito essência das metamorfoses?

- Tempo quem é teu melhor filho senão aquele que nasce do que se encerra e morre assim que começou?


Aquele que é ou quer ser morre, eternidade é condição de passar.


Eu guardo sobre a abóboda do meu crânio alguns cristais finos da mais sutil energia, também eles irão terminar, mas antes disso cada ideia pura transmitida a outro é uma vitória sobre o tempo para os que pensam com palavras.


- Eu vi emergir ontem, hoje e amanhã de todos os úteros olhos e demais sentidos curiosos e amáveis.


Este é o continuum da Terra: faz nascer olhos e demais sentidos curiosos e amáveis. Como toda mãe a Terra é pura no parto.


Ser é condição trágica, porque tudo o que vive torna-se o conflito de quem deixo o paraíso de ter nascido curioso e amável para viver o inferno de agir e agir e pensar sobre agir.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016




E antes que eu tenha uma resposta qualquer coisa existente antes de mim atende à pergunta, então será que até na parte sensível nasci dispensável ou a métrica sobre existir são dogmas?

Diderot e D'Alembert, as palavras inflexíveis de uns poucos submergiram a condição de verdade ao existir satisfação do método, enquanto a maioria voltou a se inscrever bem próximo às paredes das cavernas.

Por extremo é sorte, ambos os grupos são falsificações a serviço da comunhão de símbolos e sentidos. Mas a direção de existir ainda é ousadia dos olhos e de cada mínima maneira de sentir.

Veja, a estética do humano ainda está na Idade da Pedra, porque todo esforço poético faz chamar criação algo que torna-se resiste e imóvel. Ainda são poucas exceções a esse amor pela pedra.

E iguais à pedra: casas, caminhos, cidades...
E iguais à pedra: carreiras, costumes, pessoas...
E existir é completar um organograma adequado.

À essa estética florescer é um acidente, germinar é o erro mais antigo. Mas tenho esperança na genética e nanotecnologia, talvez tudo volte a ser um jardim se ambas nas estiverem a serviço da estética da pedra.



A despeito de qualquer conjectura o afeto ainda tem sido a causa mais genuína. Mas somos violentos porque nos educaram tímidos para amar. E sobre nós é melhor que saibam qualquer coisa conveniente à negação de nossa natureza sensível.

Assim fazemos coisas e escrevemos coisas e enquanto o mundo prospera em qualidades materiais e descritivas, escondemos mutuamente serem apelos criados por amor que não falamos. E o invento serve: como objeto do desejo e como alegoria à existência.

Por fim, o cúmulo: a lápide recebe amor em substituição ao ser.

Então, pela prática resume o escultor:
- Heroi bom é heroi morto.

domingo, 9 de outubro de 2016




Enfim, nada do que me ocorre sou eu.

Sou sempre uma versão do meu passado,
uma expectativa de versão do meu futuro,
e até no presente há um porém sobre eu ser real,
também agora sou sobressalto do desejo em um ou mais dos meus sentidos.

Enfim, nada do que me ocorre sou eu.

Se tudo pulsa à vir-a-ser:
porque para ser se escolhe entre o que foi,
porque para ser se escolhe o que quer ser,
porque para ser se escolhe enquanto agora.

Nunca fui desde sempre algo mais que a pura vontade.

Enfim, nada do que me ocorre sou eu.

E para além de mim, 
ver a vontade no outro querendo acontecer é amor ao outro - transcendência.

Eu morri vivo, porque em qualquer desejo não existe o eu.
Em todo desejo só existe nós. Eternos, porém coletivos.

E sobre como nos somamos:
como aranha tudo é teia,
se acredita em mim te capturou. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2016



E porque não tinha últimas palavras,
deram logo a ele reticências.

Queimava em febre feito o inferno que o aguardava,
aquele que como todos outros que não se curvaram, 
era capaz de morrer sorrindo.

Borboleta é inseto e mau-gosto é ser barata,
mas a condição de ser humano é estética,
até a moral é só juízo de gosto.

Cabem horizontes em mim,
como ousa limitar-me com a palavra.

Na margem oposta ao sofrimento:
sua verdade e seu amor. 

sábado, 1 de outubro de 2016



E a última brisa sob o sol terá a cor do seu silêncio.
Tudo mais é escaldante calor, por fim é inferno.
Então até os insetos voam como que por zombaria se não há amor.

Ascende de mim esperança
como cavalo atado à vida, marcha
ainda que a sela desonre sua natureza.

Dos ventos dos pontos cardeais,
melhor que os quarto ninguém conhece as dimensões do meu corpo.
No entanto, se eu pulo quem me segura?

No caminho resfolegando:
- Amanhã... amanhã... amanhã...
Não porque me falta o hoje mas porque sou, o que eu como é o tempo. Mordi-me.



            Imagem: "El arte de Joan Crisol." ; in: Zona Diversa MX

terça-feira, 27 de setembro de 2016




Incidiam palavras sobre a coisa,
porém na margem aposta ao razoável,
a coisa nua e indecente ao entendimento,
trocava de palavra como se fosse roupa
e à mercê da vaidade nada lhe servia.

E não se constrangia se dissessem dela:
- Hoje vi uma coisa qualquer.
Em resposta a coisa pensava:
- Mais um dia livre por indefinição.

domingo, 25 de setembro de 2016




O entorno que se estende é tudo sua vida,
na parte que ela ultrapassa atender por: eu.

Os cinco sentidos são condições do meio,
para que no encontro deles se diga: eu.

Já desde antes existia o táctil 
e então os seres sentiram o vento.

Já desde antes existia o som 
e então os seres puderam escutar.

Mas ser será condição do que sente? 
Ou basta existir para que seja um ser?

Porque a consciência das águas, sem erro, 
as fazem contornar as pedras desde antes.

domingo, 18 de setembro de 2016




E quando faltou-me ar,
pousou-me uma vírgula.

Sou todo em estações,
embarques e desembarques,
mas a verdade é que eu passo
e sobre mim fica o tempo.

- À beira de te amar teus olhos dizem não.

Coisa qualquer é ser,
uma vez definido já apontam para ti,
se concluído já é mais morte que vida.

Constelações, só luz no céu e silêncio.
Em seguida uma companhia necessária:
ao tato ou à imaginação,
porque o céu não se basta 
quer ser grande por fora e por dentro.

- Borboletas, 
se tornaram mais tímidas ou mais raras?

Coincidência olhar-me mais que uma vez.
Deste amor que existe em mim é arapuca,
sempre capturaram-me lágrimas, 
logo depois me deixaram passar sozinho.

sábado, 10 de setembro de 2016




Nem mesmo do meus insultos eu satisfaço as expectativas.

Porém,
se não for sobre mim, anotem: 
algumas cores nascem na superfície do sol 
e chegam aos poucos em cada coisa.

Porque cegos somos só nós,
que enxergamos à medida que existem nomes.

Estou saudável e amando cada vez menos, mas conservo o sorriso para que me declarem santo ao final.

Após a falência em si como espécie só resta um nome que possa significar e transcender; ou os múltiplos da rua.

- Amor, eu que muito te quis não me resgata, passei ver e então é questão de tempo para que eu nos veja: comuns ou feios.

Mas se existir de verdade há outra saída.

Minha maior esperança é existir os que sintam para além da minha espécie... algo acontece aqui e que é mais que um almoço de domingo, que um encontro de clube.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016



Dedico a você: esperança,
pulso involuntário intermitente; 
porque do fim resta dúvida.

Talvez comigo encontre resumos,
em uma frase curta para você
serei síntese de coleção do fui.

E teu chão, teus espaços e teu céu, 
serão coloridos por histórias nossas,
enquanto nos fazemos em aritmética.

Exausto de tudo que impele a ser um
nascerão de nós reticências ritmadas
seremos mais de uma nota, então música.


                               Imagem: Zona Diversa MX




Mr. Haynes


Because dreams accompanies you when you wake up.

Then as the sun for a cause is synonymous with day.

No matter when the flowers await spring.

Happiness draw a smile on you when wants to multiply.

Among those who will never be with you, your beauty includes all through desire.

And with your marine eyes, even without seeing us, reach us at the port. 

Eleven months jealous, because now you have only been in September. 

The nine muses want me enough, but I am
without metric,
without rhyme,
denounce my delusions on the bank bet which your life is dream.



            Imagem: Colton Haynes


quarta-feira, 24 de agosto de 2016



No Vayo Purana está escrito que Brahma ( exaltação mental ) o criador de tudo, antes de criar seus primeiros auxilares: os deuses ( virtudes, metas, culminâncias, purezas ) e semi-deuses ( ciências, métodos, estratégias ) teve dois filhos grandiosos que se recusaram à participarem de uma nova versão para seu estado desperto.

Todos sabem que o dia de Brahma é o univeroso manifesto e que ciclicamente Brahma dorme e desperta com uma nova versão de si para si.

Eu suspeito que esses dois filhos são ápices de duas experiência ao alcance de todos: declinaram ao convite de conivência com a mentira a inteligência e o instinto.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016




Enfeito o dia para ser matéria de sonhos.
Nem a coluna deixo envergar aos teus olhos.

Ilesas e paralelas aos fatos seguem minhas versões.

Vez ou outra à caminho de me perder de você me desespero, então alguma borboleta, pássaro, flor ou sorriso me ameaçam de vida.

Não é justo que eu te queira um porto seguro, porque seria meu destino te deixar para trás e só voltar em busca de descanso.

Talvez não seja justo eu querer que você seja. E por isso existe mais nobreza em continuar procurando sempre que não te encontro.

Porque você está como o inusitado em algum lugar imprevisível, para me tirar em sobressalto da margem analítica e me devolver ao sonho.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016




"Você está expandindo sua mente
Ou você está ficando louco?"

Se coubesse a mim aconselhar alguém sobre essas possibilidades eu diria que o mais importante é manter-se tranquilo mesmo se em queda-livre.

Porque o que não corresponde ao que pode ser quantificado sobre as coisas observadas, só pode ser compartilhado se houver correspondência de símbolos e ideias entre os que se comunicam. Então nas ciências e relatos qualitativos para que haja validade coletiva parece ser inevitável afinidade estética entre os que se comunicam. Como para algo ser anunciado por um em dissertação validável e aparentemente inédita, antes disso surgiu em um grupo de pessoas similaridades entre apreciações estéticas e evoluções linguísticas que servem para endossar esse inédito como publicação, como saber coletivo anunciado.

sexta-feira, 29 de julho de 2016




Entre todas as curvas só não me tomaram as letras.

E dessa massa leve e vazia nascida da ausência eu imagino.

Do que não houve existiu algo entre nós?



Parte daqui a terça parte de tudo que encerra.

Porque ficam dois em dois terços sempre continua.

E sem ter medida a vida calcula e soma a existência.



Eu não acertei e por isso permaneci no porto.

E tantas vezes, enquanto outros foram.

Entre nós intermediário foi adeus.



Vaga eu em teu peito continente e geográfico.

Até eu sei de mim ter sido a cratera, mundo.

Então, te cobro ou te culpo por tanta falta?



Te endereço amores: terra, flores, pássaros, cães, gatos.

Além das quinas, vez ou outra vejo horizontes ou mar de morros.

Mas pouco no mundo se dá tanto quanto o próprio mundo.


                                    Imagem: Zona Diversa MX

segunda-feira, 25 de julho de 2016




Que resposta escandaliza mais que a aparente? 
E como se por ser justa e dispensar defesa da razão, escolho buscar qualquer outra possibilidade que me incite o diálogo interno.

Até estando sozinho caminho em dois: eu na paisagem e eu em pensamentos que me contam para mim.

Às vezes me pergunto sobre o primeiro humano e sua primeira sensação de insuficiência, porque neste dia a primeira resposta sobre nós humanos disfarçou-se como a primeira dúvida e desde então viemos nos inventando.

- Não deverá colocar sobre a mesa esse cálice? Todos enxergam e dão substância a invenção coletiva em toda frase, mas quantos percebem nas frases existência verdadeira nossa e sobre o que somos?

Se eu te fizer navegar quero te levar a perceber que somos verdades autorais.


                      Imagem: in Original Mouvement.

sexta-feira, 15 de julho de 2016



Se a sua verdade para se manifestar é como parte,
sem ser inteira, tua verdade é dependente de algo
e nasceu potência incompleta,
por que acusar de crime o todo,
se quem te autoriza é só uma parte?

Sem medo frente a todos os deuses e demônios,
louco sai inteiro e em imaginação minha.

E por ser tempo amar a todos é condição inerente a ser,
mas o que eu fizer fala só de mim nesse tempo e nada mais.

Não macule minha loucura com suas incertezas ao sabor do carnaval, também sei usar e dar nome às diferentes máscaras.

Porque no fim teremos que nos haver com os nomes e seres que acreditamos, liberta-te hoje amanhã?


Quantos nomes ainda me faltam te chamar
para essa coisa fria que te ocorre se torne sangue?

Mais de mim que eu mesmo,
você vive submerso onde deveria estar só eu.

Então, você se move indiferente ao que eu imagino
e desse fracasso não encerro, imagino novo capítulo.

À beira de mim tem um poço
e à superfície de você um espelho,
nós somos o vão e o tempo é água,
todos os dias eu choro pedido que chova.



                       Imagem: "El homoerotismo de Matthew Zink.",
                       in: Zona Diversa MX


segunda-feira, 11 de julho de 2016


 

Comigo namora a inexistência 
e a cada passo de ser um novo fato retrocede.

De tanto espaço que nos sobra 
nada falta das poucas coisas que nos completa.

Um: "- Adeus", serve como abraço e beijo,
de um: " - Até logo", que levaria uma noite inteira para se completar.

Deste ponto em que nunca fomos seguimos imaginando
e o tamanho imaginado seria um desafio às narrativas da vida.

E teu calor para mim tem sido o calor que você me provoca.


                 Imagem:"El arte de Cédric Rouillat." in Zona Diversa MX

domingo, 10 de julho de 2016




Unilateral dialogue

Chris said: - Sometimes I feel like I'm in a game...

Og said: - I have a similar feeling. Sometimes I think we have one big mission in life, no matter the paths and characteristics of each different method, basically we are tamers heart.


                      Imagem: Chris Mears



sábado, 9 de julho de 2016




Das abstrações constitutivas sobre a terra à terra:

Da terra à raiz,
Da raiz ao caule, 
Do caule à flor, 
Da flor às pétalas, 
Das pétalas ao pólen, 
Do pólen às abelhas, 
Das abelhas ao mel, 
Do mel ao humano, 
Do humano à boca, 
Da boca à palavra.

Ciclo sem começo ou fim,
inerente à condição de ser simultâneo: 
coisa e atribuído à coisa.

- Assim viaja a alma,
íntima de todos sem que ninguém a reconheça.

Do bruto ao sutil 
e do sutil ao bruto, 
sem qualidade própria 
além de ser movimento.

A mente é observar.

                                Imagem: Simon Woolf




Porque não quis ser meu segredo sou obrigado a me declarar.

- Vê esta outra margem abaixo da minha pele?

Nela dormem antes do seu toque: variações de pulso e respiração,
juntas de um catálogo de atribuir significados.

Eu voltei, por necessidade, me deixar assombrar pelo seu nome.

- Percebe?

O tempo é uma causa fria 
sem o que cause calor ao considerá-lo.

E a fronteira do fim está anexa à ideia de amanhã,
disso uma multidão sobrevive porque acredita no: se.
Se você me ler, se eu te fizer carinho nas ideias, se tua mão se move para alcançar minha pele, eu abrirei meu catálogo de significados ou inventarei outras palavras para as variações de pulso e de respiração que você irá causar. E nos faremos caloroso abrigo, para que o espaço toque no tempo. Enfim, nós dois seremos o clímax do amor entre duas dimensões.

                             Imagem: na foto está Cauã Reymond.

segunda-feira, 27 de junho de 2016



I may be fooling, but I think a few lucky people are able to find the romantic and transcendental love in this life. If this hypothesis is real something much more meaningful, impactful and as sure as a physical law will attract you both.

______

Once I talk to my students about the possibility of romantic love and then it occurred to me a metaphor.


I told them to imagine that we are like a palette with multiple paint colors accumulated and overlapping, but might have a real color beneath the layers of paint. My students know that there is complementarity between colors, for example blue color is to complement the orange. Relate perhaps go in search of this complementary color we see in the other, but as we relate it would be like to rub on that color in the other that complements our color, so when it is not the true color on the other pain because we discover that not we found what we were looking for and it hurts the other lose the fake color he believed to be his - vice versa - but that it is also a way to clean ourselves until we discovered our true color and if we are lucky people find the time someone is our complementary color that was also able to reveal his true color.

Everyone has the good fortune to find true love, because everyone needs love.

                      Image: Regarde l'art gay

sexta-feira, 24 de junho de 2016



Why stubborn horizon does not hide? 
And instead lie down
knowing that all eyes want to achieve.

While sleeping as line, 
border between the all water and all air,
spreads in every directions and gives form to the space, 
even the vacuum gets his name.

How many feet are lost for the pleasure of serving as a measure?

I inglorious, though even without island in sight, I dive.

Neither monster nor mermaid,
then what comes is water:
that takes care of the reliefs,
that knows the best way,
that satisfies all.

Without ever having you completely you never rejected me.
And if, exhausted from seeking for you, one of your parts takes all my air as soon as I lift my head the other party return to me.

Among the nine muses, are you the most clement, Erato.
Listen to me, please, before I drown:

- Collect the bottle into the sea any word to serve as a witness:
if I sighted was a mirage;
I could never reach,
but until now I've been swimming.


            Imagem: Colton Haynes

terça-feira, 21 de junho de 2016




Te crio assim
depois de você já estar pronto.

Perfeito 
- em torno não falta nenhuma parte -, 
então onde me coloco?

Não caibo
porque não sou nada do que te falta. 
E eu vou sobrar só em mim.

É absurdo que você restar em mim te torne ainda mais completo, pleno.

Talvez se eu fosse espelho ou mirante faria sentido ser eu.

Me engano, não te crio e você existe, eu só não te capturo.

Como caça que dança por entre armadilhas do meu delírio de estar seguro, você ultrapassa a margem em mim entre o outro e eu. E tudo em você é um aceno ao meu fracasso - minha experiência em não ter mais esperanças.

Mas você é simultâneo em duas fugas.

Agora quem acena sou eu, 
enquanto entre nós só você me alcança.


























Imagem: 'El arte de Gerardo Vizmanos.'

domingo, 19 de junho de 2016



Estes olhos que você encontra e nos quais só há fuga 
te farão nascer noites em reticências acolhidas por sonhos.


Malograda vida, 
viver é uma condição de buscar:

o gosto que não chega à língua;
a textura que não se aproxima das mãos;
a imagem que intimida os olhos;
o cheiro que só é como imaginação.

E se você escuta é puro azar, impulso a tudo mais que será como falta.


Avista enquanto há tempo as árvores no pomar que florescem e frutificam.

Porque neste mergulho em quinas,
neste naufrágio que nos derrete enquanto nos absorve vivos,
os amigos são, mesmo na impermanência.

sábado, 11 de junho de 2016



Não serei encontrado
e até para mim serei perdido, 
por estilo três vezes, ou mais.

A vulso são vendidos sonhos parcelados
para que em cada segundo caiba a vida,
além disso é desproporção chamada: sorte.

Aos que terminam a dor é serem sob medida.

Toda vez que o fim me alcança nos amamos,
inevitável continuar se meu fim se faz em queda.


                             Imagem: Zona Diversa MX.

quinta-feira, 9 de junho de 2016



Recolhe esse rastro de possibilidades
e evita que se amontoe mais do que você alcança.

Porque tudo termina antes que se conclua,
os seres só serão plenos se forem em gerúndio.

E os olhos além das margens veem 
que é água solta tudo que se chama vida.

- Maldita minha ponte!
Eu te quis ponte, sem ver que somos submersos.

No côncavo do meu ombro faz lágrima, 
para que mais que água exista o choro,
e eu te equilibro em trapézio sem derramar
nossa lagoa.








Talvez eu devesse amadurecer essa reflexão ou reunir argumentos favoráveis antes de expressá-la, no entanto ela ser insuficiente ao convencimento não exclui sua validade como ideia.

A condição de ser humano não é a culminância dos nossos esforços como espécie, todos os nossos esforços científicos tecnológicos surgem no sentido de ampliarem nossa experiência estética como seres e extrapolarmos nossas características como espécie, a culminância da condição de ser humano - sapiens - é ultrapassar a condição de humano como espécie. Deste feito, o contrário a isso é mais controverso ao que somos do que aceitarmos essa condição de mente entre meios transitórios, porque começamos por ultrapassar nossos corpos como limites logo no início do período histórico ou mesmo antes nas pinturas rupestres. Acrescendo a isso a percepção de que também as ferramentas são modos de favorecer nossa interação com o meio-ambiente, talvez seja possível dizer que a ontologia do que somos é estética, em sentido amplo queremos melhorar nossa experiência estética e conservar nossa 'auto identidade' estética. Simplificando a culminância da condição humana é a mente 'auto refletida' ( consciente ) por entre meios que oferecem melhores condições de percepção e expressão.

Em outro lugar eu havia me perguntado sobre essencialidade como pressuposto de identidade, por exemplo o DNA é a essencialidade identitária do ser como organismo que advém do saber biológico. Então eu me perguntei se esse pressuposto de essencialidade como identidade poderia ser estendido à outras áreas do saber humano, por exemplo à música como saber, poderia existir uma essencialidade identitária do ser como expressão sonora?

Então, sem ser condição 'sine qua non' à essa realização, talvez se concretize os seres migrarem como mentes auto refletidas ( conscientes ) por entre corpos meios transitórios quando ideias semelhantes à essas se completarem.

sexta-feira, 3 de junho de 2016




Beautiful, beautiful and invariably beautiful.

In the eyes the secret of clear stones
and sunset wins the darkness.

Abyss,
delight the world which precipitates in your eyes
only to live in you, plunges, imagination.

Once I saw a beautiful man on the way,
I remained stopped as he walked,
since that day and even after so many bends,
is impossible for me not sight of him.

______


Lindo, lindo e invariavelmente lindo.

Nos olhos o segredo das pedras claras
e ao por do sol vence a escuridão.

Abismo, 
prazer do mundo que precipita em seus olhos
só para morar em você, mergulha, imaginação.

Certa vez eu vi um homem lindo no caminho,
eu permaneci parado enquanto ele caminhava,
desde esse dia e mesmo depois de tantas curvas,
é impossível para mim não avistá-lo.


                      Imagem: Colton Haynes


quarta-feira, 1 de junho de 2016




Então alguém que nunca chega irá chegar 
antes que seja tarde, irão chamar teu nome.


Brota de coluna em cada vértebra 
entrelaça e se estica imperecível: é o tempo.


Ora, 
que hipótese essa caber mais de um?
Sonha inerte o veículo esperando que embarquem: 
no sonho.


E desse céu, quem leva mais estrela que a memória?
E olhos vagam a perder de vista, e sem nem arrogância, olhos são mais.


Eu canto de cá, desse vácuo em silêncio absoluto, ninguém ouve a trovão na solitária floresta.


As nuvens choram? 
Ou só eu que penso assim?


Mas os cães recolhem nas poças,
com língua afoitas,
antes que sequem os segredos da Terra.


Abandonado.

Homem,
mulher e
bicho.

Só as plantas se acolhem por baixo, 
são silenciosamente solidárias
, no abandono, 
as raízes.


- Alguém sorriu para mim.


______



Then someone who never comes will come
and
before it's too late, will call your name.


Springing column in each vertebra
intertwine and stretches imperishable: is the time.


Yikes
that hypothesis that fit more than one?
Dreaming, inert vehicle waiting to board:
in the dream.


And that sky, who takes more star than memory?
And eyes wander to lose sight, and without even arrogance, eyes are more.


I sing here, this vacuum in absolute silence, no one hears thunder in solitary forest.


The clouds cry?
Or just me who think so?


But dogs gather in puddles,
with fast tongues,
before drying out the Earth's secrets.


Abandoned.

Man,
woman and
animal.

Only plants welcomes below,
are silently solidarity
, abandonment,
the roots.


- Someone smiled at me.


                   Imagem: Martin Lauschke.

sexta-feira, 27 de maio de 2016




I feel like translucent, transparent, invisible. Do not even a look reaches me, after a certain time of day.

Why the condition of seeking decides to live in me at such times? When no one will find me.

Because there is no pain that support the routine, I'm used to.

What's the damn Musa wanted to collect as many words gathered around empty? 

Hey you! 
Among all these possibilities which will be more than a sigh?

There is no dialogue, but the compulsion to give any meaning to the silence.

quinta-feira, 19 de maio de 2016




Não é preciso que falte
ou que algo complete.

Mas se olhar direito 
parece que o todo
do todo se encarrega.

Então, 
irá somar perguntas?

Escolhe um sonho no qual ancorar sua realidade
, enfim.

Porque não há o que basta 
antes de se deitarem as pessoas sonham.

sábado, 7 de maio de 2016



Lá estava a minha idade à margem dos meus sonhos e completa em cada ano - nada lhe faltava.

Era eu e anotações de mim que constavam tão mais de outros, que dizer se tratar de mim era: vaidade, omissão e egoísmo.

Se dizer que eu não fui bastante por mim fizer de mim insignificante, imaginem quando eu disser que o melhor de mim existiu através de outros.

É preciso que perdoem os meus sentidos, minha melhor qualidade sempre foi perceber e no máximo eu consegui escolher nomes, desse fato meu ego conheceu a elegância e decadência de ser como capacidade de contar.

Eu lembro: das sombras das folhas das árvores ao vento, do cheiro que o tempo e o clima deixam no ar, enquanto as pessoas andavam cantando nomes.

Sendo do ofício de pescar estar distraído, estes nomes pescam tantas coisas.




    Imagem: "Un canto de amor y de muerte", Anthony Gayton (2011).



Desta parte finita emana a essência de um silêncio no gerúndio, indizível e assim poucos se arriscam contar, porém continua apesar das contradições.

É como aquilo que transpassa as existências e coloca-se fora do alcance das medidas, porque nunca coube em um ou serviu de medida aplicada a outro, mas talvez lembre possíveis pontes entre nós.

Não faz calor ou frio ou é escuro ou iluminado, como entreatos da própria memória é desprovido de uma forma que o descreva. Assim, mesmo que seja, deixa-nos em dúvida sobre dimensão.

Chamá-lo tempo atende mais a necessidade de quem o evoca do que as qualidades que possam descrevê-lo. Contudo, você o conhece desde de sempre e às vezes ele dorme no sossego do canto de seus olhos.



    Imagem: © L A U R E N T • R O S S E T

sexta-feira, 6 de maio de 2016




Why? Then I inaugurate one by one the possibilities to reach. But this is not a complete description of the watch, perhaps the simple exercise of describing and attempt to share. Because if the names were things in all, when I organize all the names that describe the thing, then the thing would appear full across from me.



    Imagem: Colton Haynes.

sexta-feira, 15 de abril de 2016



Certa vez, como de costume, Mr. Back saiu para mais uma de suas incursões às terras dos humanos. Ele insistia em ser livre apesar de passar a vida sendo hostilizado por ser um felino e ter comportamentos de felino. Voltando ao certa vez que ele não voltou, eu decidi entender que tornou-se mistério e sem qualquer estória que testemunhe o fim, tornou-se um gato eterno. Em metáfora eu sou Schrödinger, ele é gato de si mesmo e o mundo é nossa caixa. Como ambos estamos dentro e consideradas as tantas outras hipóteses físicas, se vivos ou mortos não são possibilidades excludentes.



    Imagem: in Original Mouvement.

quinta-feira, 7 de abril de 2016



Desta areia quente - 
seca até mesmo nas lágrimas -
não nascerá flor.

O que fazer com aqueles entres os quais só cantam os corvos?
Encerra o peito expediente ao pulso de tanto apanhar, 
sem escolher revidar e bater,
fez em pleno peito puro silêncio.

Eu te quis tanto antes que tivesse nome
que passei dias inventando estórias,
por fim resto-me eu e a inventividade.

Não se confunda se me encontrar em abismo,
a menor semelhança entre nós é sem dúvida eco.
Porque o mundo é feliz, dói e sente em ressonância.
E disso alguns: 
amam mais que por si,
desgostam mais que por si.
Mas em confronto entre o ser e o mundo, 
o ser escolhe achar que o que senti se trata só de si mesmo; 
é quando o ser reduz o mundo ao peito.

Sou silêncio e caixa de ressonância.
Em mim cantam os corvos.

                     Imagem: "Les Fleurs du Mâle".





Todo dia se enfeita.
Até para quem passa distraído.

É como o plural e em dança,
das formas menores às maiores,
em escala, tem medida única em cada um.

Quem acolhe percebe que é mutuamente
e pelos olhos de outros é também estar.

























Imagem: paisagem na Escócia.

terça-feira, 5 de abril de 2016




Todo sonho que não se realiza e insiste é semente
então algumas primaveras terão sabor de quem avista
e com este monte de tempo reunido você prepara o vaso
óbvio que o tamanho deve ser proporcional à esperança
regue e fertilize com rotinas e surpresas, mas evite menos
menos é tipo de erva daninha que se disfarça de conquista

Enfim, para que ninguém enfarte: pé de sonho nasce grande


                       Imagem: © C A R M E L I T A • I E Z Z I


domingo, 3 de abril de 2016




Por costume me coloco avistando o fim.

Incompletos os movimentos se interrompem.

Existe você que sem dizer o nome é tudo que falta?


Minha estória é gota d'água,
deslizo entre pétalas até o chão,
no plural sou chuva,
molho, mas sou raso. 
Por que quem afoga sou eu?

Não, você não me entende.
No máximo entende a si mesmo através de mim.
Mas os horizontes amam as praias, 
para que o sol durma e acorde em esplendor.
E a cada manhã nos lembramos e nos esquecemos,
a proporção inexata entre você e eu é o que faz doer.

Espero que aconteça sossego em nós
e as tardes tragam sonhos confortáveis
ao sabor do mormaço, 
fechando pálpebras que acolhem 
sorrisos sutis
no canto dos lábios,
porque fomos justos e 
a tempo
nos descobrirmos passageiros.




                            Imagem: Zona Diversa MX

terça-feira, 29 de março de 2016


Olhos não alcançam a origem das gotas, mas sem exceção cada parte do corpo reconhece a chuva e, junto disso, ao redor cheira diferente. Talvez escolher certo entre o desassossego e o desespero guarde o segredo daqueles sorrisos que são gratuitos.
           Imagem: Ai Weiwei, "Fountain of Light", 2007.

sábado, 26 de março de 2016



Incendiário seu sorriso. Faz pouco tempo me fez três dias de alegria. 
Ininterrupta sua imagem, alcanço seus detalhes como se fossem cheiro.

- Por que meus olhos mudam de ritmo quando te percebem?

Fatalidade é uma imaginação com esperança, tudo mais sobrevive ao amor. Mas ter fim antes de finalidade é que desorganiza minhas ideias tão acostumadas ao serviço.

Enfim, eu morri acostumado à vida, então continuei andando em direção aos corações que ainda pulsam. Sou viciado em estórias e todas nascem de um ritmo.

- Se você respirar perto de mim e eu achar bom terei que mudar tantos conceitos.


           Imagem: Zona Diversa MX.