sábado, 27 de dezembro de 2014

   Não me insulte ausência, deixa que eu te dê um nome antes de chamar-te de estória. Quis que meu sorriso nascesse do seu. Então, enquanto não nos conhecemos ou pelo tempo que isso só couber a mim, perdoa se te escrevo diferente do que é, do que quer ou do como se pensa. Você é o nome que não termina da estória que não começou.
Pagode.

sábado, 20 de dezembro de 2014

                                                                                                                                            A tudo que há

   Sou o outono da Era - sofro nostalgia a cada folha que cai.
   Como uma disputa de consistências vejo o cinza envergar o verde ser chamado de progresso.
   - Até quando vão confundir progresso com ganho de solidez?
   Oceano, festejo sua soberania.
   E quando não restar esperança olharei pro sol e sentirei saudade do fogo. 
   E tudo mais que o humano quererá mais que humano.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

   Pássaros surpreendidos levantam vôo sem que o susto vire colisão, para eles o ar se materializa.   Quero um sonho de pássaro, então talvez acordasse em suspensão, porém sem medo.   - É que se não te alcanço, nos encontra minha imaginação.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

   Chamei todos os nomes, então o silêncio que me atendeu. Desde esse dia - entre uma palavra e outra, um som e outro - nos fazemos companhia a maior parte do tempo.

  Imagem: Visual artist Artem Ogurtsov


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CORPO TRANSCENDENTAL


Tenho sido três: dúvidas, só aqui me chamo água e eu.

E a medida que eu tomo desses outros fluidos me desacredito, até que transpiro pra ficar maior eu.
Então me resto,
sem dúvida ou sonho de outros,
me materializo crente em mim,
crescido em próprio corpo torno-me eloquente,
ultrapasso a tragédia em ser.
Sou verdade manifesta em sentidos.
Tenho em mim três dimensões feitas.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A Singularidade como pressuposto de Essencialidade, Identificação poderia ser extensivamente aplicada para além dos Logos nos quais usualmente é aplicada?

Por exemplo, a Singularidade como pressuposto de Essencialidade, Identificação aplicada à Biologia como Logos tem como uma das resultantes o DNA, como essencial, como identificação do indivíduo; porém como seria a Singularidade como pressuposto de Essencialidade, Identificação aplicada à Música como Logos – quais seriam as resultantes?

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vina

Este vazio que vaga,
quando menos se move: vejo.
Antes só te escuto.

E a medida que se aquieta: torna-se,
apreendido por todos os sentidos.
Então ganha nome e passa ser.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014


 

    Acho que para vencer mesmo e ser coisa única é preciso se deixar desmanchar, apanhar sem ceder em nada do que for realmente você, seja fiel a si mesmo e as suas verdades mesmo que sejam somente suas, então você tomará posse de si e das verdades que antes eram crenças.



    Morrer por si é o mais genuíno ato de lealdade. É respeitar a natureza na sua mais primitiva pulsão. Morra por si e viva por si, mas estenda sua lealdade aos outros se contando, porque se contar de verdade é o maior ato de coragem.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014



Áribo kwara'sy Áribo

Causa e ocaso
Apogeu de toda luz
Império feito em maior chama
Te chamo Horus, Amon-Rá
Te chamo Sowelu, Sigel
Te chamo Sol

Em teu primeiro salto
Pura luz imersa em lama
Te chamo Lúcifer

Surya-somoyamah-kala
Imagem: encontrada no Facebook.


   O amor é da maior gravidade amigo, tudo é levado ao seu cerne. Já vi música fazendo curva para chegar mais fácil ao coração.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014



Onde o fim é começo sopra no rosto uma brisa leve, um tipo qualquer de aconchego dado os que ultrapassam os limites. Sem mérito ou desonra, o chão te apanha pelos pés, te acolhe, te calça enquanto o espaço te veste. Lugar dos homens nus.



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Imagem encontrada na internet.




Antes do chão as pétalas conhecem o vento; esperança aérea. Suspender o fim é sem encanto, a beleza é o segredo do onde e quando. Amor, te resgato no suspense. E um dia sem que ninguém vença nos ganhamos juntos.

Às flores de amor que morrem em meio aos sorrisos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014




   Lá tão perto em mim, horizonte imaginário entre desejo e gozo.
  Vem logo fazer ciúmes aos sentidos, quando mesmo sem razão todas as direções te apontam.
   Não te quero, te tenho em mim oceâno, e evito naufrágio ao te devolver.
   Aceita esse você em mim que te ama.   Seu veleiro.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

domingo, 5 de outubro de 2014

Viagem



Nas próximas férias eu preciso ir ao mar, to sentindo muita saudade de entrar no lago das margens continentais.

É quando repito meu antigo ritual, coloco-me no lugar de intersecção entre as ondas e a areia e então esclareço-me: - O continente é uma concessão das águas.




segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Insistência discreta, silêncio das ausências, razão das formas.   Completa à distância o que falta em outros.  

- Vai beleza, escandaliza os que te fazem zombaria.

domingo, 31 de agosto de 2014

Não me diga triste quando não ver dançar todas as músicas, porque existem desenhos que ficam mais bonitos naquela parte depois que termina a folha.   Afinal toda verdade é pura imaginação.   Então vou descobrir nas suas curvas encaixe e me guardar em você acreditando que nos protejo do mundo.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eu, exclamo que sou reticências se me interrogam e ponto final.   E os que insistem pelo meu fim, que me leiam de frente pra trás, então estarei eu lá no início e o vazio incólume que fui, semelhante ao antes do próprio universo, testemunhará minha eternidade.

Aos que precisam de título: grandioso delírio de insignificância

domingo, 17 de agosto de 2014

Ser é menor que antes

Sobre as coisas que me calo fundamento minha liberdade, sou e possuo.

Vê toda essa ausência ao redor do que é?

Há sempre mais papel que palavra.

Há sempre mais terra que cerâmica.

É o pequeno furo que lembra a razão pela qual existe o pano.

Nada,
sento-me em frente a um oceano insignificante e, sendo, chamo-me aquele que dá nome as coisas, então faço desse oceano gotas.

Sobre as coisas que me calo fundamento minha liberdade, sou e possuo.

Tendo falado torna-se nosso.

sábado, 16 de agosto de 2014

   Tristeza, saudade, angústia, medo, tudo isso dói, mas o que machuca mesmo é aquela coisa que nasce sem nome e fica existindo sem ter como ser chamada, porque ela permanece como dor e mistério.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Minha vida é sua própria causa e sem nenhuma importância além disso

   De volta a minha alienação niilista e como em "O Guia dos Mochileiros das Galáxias": - obrigado pelos peixes. Afinal preferível viver no vazio, aceitar o vazio como ponto de retorno após cada sonho bom e fazer dele porto-seguro, quem aceita o vazio como preenchimento já está completo. Pra mim que cheguei a essa conclusão faz tempo, no máximo consigo pegar carona na esperança alheia, obrigado, mas no fundo eu sempre sei para onde vou voltar.
   Acredito que outros encontrem outras formas de contarem suas próprias histórias e estórias, as minhas parecem que tem como lugar de escrita aquelas "lousas mágicas" da infância, eu me escrevo, me dedico, me acredito, depois por um erro meu ou levado inconsciente pelas circunstâncias volto ao vazio, para contar novas histórias e estórias que de início é possível imaginar a conclusão, minha vida é um fim iminente para qual vivo inventando começos.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Às vezes os pensamentos seguem um curso contrário ao aparente e a medida em que se pensa quanto mais se esvazia, então resta um brilho, um como que reflexo de prata polida em dia ensolarado, ofusca mas me faz enxergar como poucas vezes, de repente me resta gratidão e um aceno da saudade.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O que me constitui caminha espontaneamente para um fim enquanto o que eu sou tenta ter finalidade.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Um grito

   Desconheço medidas, vim nos fazendo em excessos. E o peso leve das tantas ausências às vezes me desequilibra, quando me querem ainda menos do que posso ser, então meus olhos atestam que ser nada é maioria, me faço espaço, sou vago e por contradição peso. Cambaleio, e mais que pelo som, cambaleio por insistência em caminhar em nome dos malditos. Trago em mim a esperança da espécie que por coragem, insistência e impulso conquistou o primeiro passo sobre duas pernas, sou meu maior risco.
   Em último caso tenho esperança no mormaço secando todas as roupas nos varais, inventando chuva de gente misturada por todos os cantos.  

sábado, 21 de junho de 2014

Barulhos

Escrevo pra fazer silêncio em mim e em você, mas pra isso funcionar preciso escrever sobre barulhos, porque esses barulhos de dentro são caprichosos e só prestam atenção no que se parece com eles.   Eu não os culpo, eles nascem sozinhos como um amontoado de silêncios lá dentro, vivem muito tempo abafados, então viram barulhos pra se fazerem notar.   Natural que se admirem ao conhecerem outros iguais e são nesses momentos que às vezes se consegue silêncio, enquanto se cumprimentam.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Se sua ação dispensa justificativa quando examinada por sua consciência, você está fazendo algo correto.   Caso contrário, você está buscando uma forma elegante de enganar você e os outros.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Quantas voltas dá a chave da conquista antes de abrir a porta dos mistérios?
Aberta, se acender a luz verá o eco cuidar do vazio e o espelho do reflexo.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Bilhete de um amante gay

   Desde quando nos conhecemos poucas vezes estivemos longe um do outro, talvez você sinta diferente, mas os dias sem você foram menos felizes.   Estar ao lado de quem amo, oferecer e receber carinho é o que me faz mais feliz.  Já quis ser diferente, de certo modo tive algum sucesso sendo alheio ao amor, sendo indiferente e satisfeito em saber que amor a dois é um fracasso momentâneo da razão, mas que outro motivo pouco maniqueísta posso ter sendo gay além da crença no amor.   Este algum romantismo é o que me faz diferente da vida instintiva dos bichos e da selvageria da luta de egos da vida social, então se o amar é minha culpa, minha tormenta, sem exclusão, amar também será sempre meu maior álibi.   Te amo, e de certo modo você é minha maior absolvição.

Ass.: Mr. Sorry.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Imagem tirada do Facebook, in St0rmtroop3r
 
 
Pássaros migrarem tem sentido e a vida humana não, mas é pela falta de sentido que mais praticamos a liberdade.
 
 

 
 
 


domingo, 9 de março de 2014

    Na falta de significados encontro a invenção de sentidos.
   Fora a paisagem muda e eu me conto tentando não me repetir mais do que o necessário para responder ao quem sou do espelho em reconhecimento.   Esta pergunta sem resposta, que me inaugura toda vez, requer o desejo mínimo de responde-la para invenção do depois.   E eu tenho sido um depois que deseja inventando os dias.   Mas também conheço a beleza do espelho que desapegado de aparências se descobriu muitos, que parado fez todos os movimentos e usou todas as máscaras.
    Se ausência faz lembrança, a falta faz invenção.   Hoje desenho dias ao meu gosto com as cores que mais me agradam.   Agora, a importância nos seus olhos encontra razões nas palavras que escrevo - nos achamos parecidos porque completamos ao nosso gosto esses desentendimentos em segredo.   E no silêncio úmido da sua boca, da pressão insinuada entre as curvas dos seus lábios, dentes e língua nascem os melhores excessos, os que dispensam significados de tão cheios de sentido.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vai, medi este silêncio feito rocha.

Reconhece o vazio que antecede a pergunta.  

Vê que a matéria bruta que te faz é inerte e silenciosa.  

Depois

Se diga único por barulhos e movimentos que lhes parecem seus.