sábado, 30 de janeiro de 2016

- É sempre depois que os domingos fazem sentido, que ensolaradas acordam as almas ansiosas para que se repitam dias felizes. 




Só teus olhos não concluem minha condição de terminar,
então continuo, mesmo se eu tiver terminado.

Finito é um salto,
por isso se me alcançar no lado aposto ao que se imagina fico eternamente ao seu lado.

Eu quis ter escolha, mas me deram possibilidades.

Se fossem só os pares de contrários, as dicotomias, talvez fosse mais simples escolher: - Quem não escolheria o que o faz feliz?

Mas as pessoas somam, subtraem, dividem e multiplicam antes de serem elas mesmas. Resta muito pouco de si depois de tantos cálculos.

- Vai, acaba comigo!
Mas se fizer isso, percebe que só estará adiantando o que o tempo irá fazer?

Era uma vez alguém que sonhará comigo depois de eu terminar e inventará condições inimagináveis sobre mim. Melhor eu ser logo reticências antes que me considerem mentiroso.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016



Eu sou escasso e você vai me dizer que sou soberano.
Nada nos falta porque você escolheu acreditar no que vê em mim.
Esse você completo me alcança como quem busca a própria dúvida:

- Duvido que você seja o cara.
- Duvido que você se torne minhas dúvidas.
- Duvido ter continuidade em você - porque tudo termina.

Precisamos mais que isso, merecemos:
sermos mais que expectativas.

Antes de me ver como conclusão, por favor, não pareça estar concluindo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016



Quando, onde e por que.

Da primeira vez até hoje só suspiros.

Mas o em volta completa o folego.

Se eu tiver entusiasmo de passarinho.

                               Imagem: John Morris - "The Song Inside".


Aurora
destes ventos que te querem fogo,
brilha o sol à flor da água,
para que o dia comece laranja.

E é como fruta
afeita a doar-se,
sem nunca pertencer:

- Acorda a Terra plantando uns e colhendo outros,
sem negar a nenhum a beleza dos sentidos.


   Imagem: Contemplative Man Stands Over Massive Waterfall by Dimitar Variysky.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016



Da pressão entre mãos que avistaram o fim nascem diamantes. Porque vão de encontro ao sol todos que se despendem da próxima aurora, quem volta se traz em cinzas. Então das cinzas que não servem à construção de platôs que elevem sonhos, resta a essas cinzas descobrirem a força das mãos que voltaram a ter horizontes para que a pura fuligem friccionada comece brilhar, enquanto se desespera da volta ao sono os diamantes ficam prontos, como biscoitos saídos do forno em dias bucólicos. Mas sei que é natural que uma ou outra pessoa não entenda, por isso vou simplificar: desse mesmo jeito nasce a beleza única de um canyon.

Ao olímpico Chris Mears.

                            Imagem: Chris Mears - Olympic Diver.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016





A verdade nunca foi falada,
mas a mentira vive lhe contando.


Desses exibicionismos
sem fim
falados aos ares

- sendo desejos
desejosos que os desejem -

como silenciosas ouvintes
conheceram as verdades.


Maldição dos que naufragam em si mesmos,
porque para emergirem cumprimentam seus próprios monstros,
marinhos
para que co-existam:
continentes,
arquipélagos,
ilhas,
etc.


Aos que preferem desertas, concordo,
nas desertas dormem tímidas auroras.


À esta boca única
um único par de olhos,
perdoa-me:
minha maior sinceridade é fantasiar.


           Imagem: Alfredo Toriello


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016




Se o amor for algo como que pessoas que por carências mútuas se aproximam, depois se gostam e então - por estarem acostumadas - não conseguem se deixar: definitivamente dispenso.

Preste atenção, porque dizem que você está escrito, Destino, faça o favor de anotar: se não for algo único e grandioso e impactante, mas um sentimento como febre de mormaço - repito e escute bem - me quero sozinho. Se não for para transcender meu ego, tendo no outro desde o primeiro instante a verdadeira causa, me quero sozinho. Porque se é para lidar com vaidades, de vã basta minha própria vontade previsível a busca de abrigo. Se te percebo oco, me fazendo sentido, só se for caleidoscópio.

Ou o outro excede como descoberta ou etc, porque de faltas me basto. Para que seja outro interessante, da além minha previsível falta destinada a outro, nele moram os sorrisos de cada novidade que por desconhecimento me encanta.

                       Imagem: Cute Gay Couples



Dorme nas estações

e em entreatos acorda:

em impacto, súbito sorriso.

Vela aos veleiros,
para que naveguem
enquanto houver oceano.

Toda noite ou dia terá como tamanho atravessar horizontes a tempo.

Aqueles que buscam continentes jamais alcançam a beleza dos querem naufragar vivos em uma pequena e única ilha.


            Imagem: Wassily Kandinsky (Russian; Expressionism,
            Abstract Art; 1866-1944): Improvisation 30 (Cannons),
            1913. Oil on canvas, 109 x 109 cm.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016




Distância é meu recurso de solitário, como se a felicidade corresse longe para depois em um único impulso me acertar em cheio. Tenho certeza que se trata disso porque toda felicidade é impactante, então antes é preciso desesperançar os olhos e deixar o coração em suspiros. Sim, amar sozinho o inespecífico faz suspirar por horizontes. Então quando chega alguém quero logo escolher um nome único, mas depois de um tempo segue caminho levando o nome único que foi dedicado a ele. Sem culpados, azar é existir o horizonte. Faz um tempo eu parei de escolher nomes únicos, faz mais sentido deixar passar como um amigável estranho, acho que assim vive em mim uma última esperança romântica: de alguém se apresentar e por si mesmo ser único, para que se houver partida se faça no plural.

                        Imagem: in Zona Diversa MX

sábado, 9 de janeiro de 2016



Vice-versa: 
não mesmo antes que as linhas de teus olhos desenhem meu sorriso.

Porque é injusto que alguém termine outro assim de um jeito que só um vire lágrima, preciso caminhar junto: - Sonho por sonho.

E se eternidade for invenção, pode ser bom ter companhia por tanto tempo


                     Imagem: Facebook - Love wins


Prosperam entre as perguntas, que viraram silêncios, os horizontes e trampolins.

Acentuada. Jamais fizeram isso à curva - quem cometeria erro ortográfico tão simples? Mas admito que tenho sido ingrime ou raso em momentos inoportunos.

Tudo para você? Por favor, me diga a quem reclamo do século: se me basto estou faltando e se em mim falta não fui suficiente. Alguns encontraram a geladeira ou qualquer coisa que os preencha. Mas morrem em si, como perguntas irresolvíveis a si mesmos, os que quiseram preencher?

Certa vez vi alguém tão certo chorar copiosamente, acho que se tratava de uma formatação, atualização ou um uploading ao mundo, como que lembrando às cópias - aos vestido em teorias -, aqueles que ainda não se resolveram pela experiência, a volta à formatação de fábrica.

Gênese - do nosso parto fomos o choro.


                              Imagem: El arte de Luis Carlos Aguayo.

sábado, 2 de janeiro de 2016



- Se a beleza amorfa te gritar de todos cantos seria capaz de responder sóbrio frente à loucura?

Esvoaçante nuvem de "KINNARAS" poupa o homem do megalômano ego na aurora de mais um dia.

-É este homem?

Então desinteressadas "KINNARAS" continuem a dança aérea para que o homem perceba que não se trata de um evocar nominal, ainda que harmonia e beleza em essência sejam especulares.

Então da beleza oca harmoniosa comum aos plenos, dizem as "KINNARAS":
- Sim, iremos te render a si mesmo até perceber que somos ambos a mesma redenção, ainda que você insista em inventar nomes!

Dessa estética que namora em teus olhos, o que chama beleza de fato mora mesmo é no meio ou então pretendes outro fim para este pôr-do-sol?

Malditos os que acreditam se tratar de forma a beleza, malditos os que dizem ser ela código, posto que a beleza sempre foi mole e só por ser amalgamável é bela - porque vou te desenhar como 'estória' te preciso flexível.

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Às hostes de "KINNARAS" reverente sempre me encontrarão.