sábado, 19 de dezembro de 2020

 A onda quebra na praia: água, sal, movimento. Cada um que vê escolhe três - ou mais - nomes diferentes, mas o que acontece está lá, passando em contínuo. 


Um dia alguém insistiu em comunicar à onda ser esse o nome dela e, no entanto, nesse dia, a onda permaneceu indiferente à revelação.


De um outro lado as potências disseram:


- Deixa nomes necessários ao serviço dos que governam e dos cantam nossas estórias; porque só assim os filhos não são órfãos. 


Na existência, a verdade é uma experiência que encontrou uma palavra que a torna presente contínuo comunicável às próximas gerações.


Às vezes algum Grego dirá: 

- Crio verdades, por: força, convencimento ou carisma.


E apesar disso, alguém te pergunta: 


- Vê, 

esta flor?


Então, 

de imediato, 

você reconhece a palavra e traz memórias. 


Esta é a revelação numinosa. Porque a experiência de saber se torna presente, você não é órfão dos símbolos e significados da sua espécie. Nesse instante de compreensão você é revelação numinosa presentificada e memória vencedora: da escuridão, da ausência e do esquecimento.


Aos que discordam:

- Peço que devolvam aos autores os alfabetos e as palavras antes de se pronunciarem.