domingo, 3 de julho de 2022

Tem gente que eu acho tão esculturalmente linda que me sinto feliz desde a oportunidade de ficar admirando. Claro, a inteligência e outros aspectos também são igualmente admiráveis - e atualmente soa mais politicamente correto elogiar a inteligência e outros aspectos constitutivos dos seres e coisas -, mas a beleza física/material tem um quê de doação involuntária por parte da pessoa linda, coisa linda. As coisas e seres fisicamente lindos se doam espontaneamente aos seus apreciadores e eu isso é algo muito encantador - quase um tipo de altruísmo estético involuntário. 


Eu acho um grande pesar que essa época dê tanto destaque à beleza física/material imediata e ao mesmo tempo crie a ilusão de ser ela um bem excludente de outras virtudes, e/ou menor porque é explicitamente efêmera. O estranho é que as mesmas razões que podem deflagrarem a decrepitude da inteligência, por exemplo, são razões que todos amenizam com pesar seus danos, reconhecem o percurso de deterioração e acolhem com respeito suas consequências, no entanto, em se tratando da beleza a acusam de ser passageira como se fosse uma falha de qualidade.


Abaixo, imagem encontrada na página do Facebook: "Soái Tây".



Nenhum comentário:

Postar um comentário