quarta-feira, 13 de julho de 2022

 ***


Nem sempre interessa 

descrever a paisagem

ou inventar óculos.


Às vezes, 

já é coisa pronta,

o toque à espera do tato.


E o delírio:

nem é visão,

nem é miragem.

É inversão do desejo.


Às vezes, 

já é coisa pronta,

mas se inventa a cegueira. 


Imanente à humanidade.

Singular transcendental.

Mergulha no delírio,

e devolve os antigos 

mesmos olhos.


É sobre revelar o óbvio,

o grande horizonte.


Das artes


---

Imagem: 

"Banhistas à noite", 1905, Károly Ferenczy (1862 - 1917). Óleo sobre tela. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário