sábado, 13 de agosto de 2022

Circunstâncias íntimas desfavoráveis e traumáticas somadas à ansiedade no máximo grau sentida por mim até hoje. Então, cerejas jornalísticas sobre ocorrências apavorantes no mundo: biológico, social, econômico e político. E, como não se fosse o bastante, ideias extremas em ano eleitoral no Brasil. Eu não estou dando conta do meu instinto de auto preservação virando até doenças físicas e psicológicas, quase como que doenças auto imunes: físicas, morais, intelectuais, psicológicas. Eu queria encontrar um ponto pro qual olhasse sem precisar paranoiar sentindo riscos, ameaças súbitas.Tem momentos, que eu perco completamente a noção e em pleno desespero fico tentando jogar com todas minhas poucas e parcas cartas num esforço por evitar perigos de todas as naturezas, como se convergissem constantemente sobre mim. Óbvio, que não há solidão possível ou desejável, ainda que a vida - por si - também tem um espaço sozinho inevitável em cada alma humana. Daí, nesse contexto, você reconhece o processo fragilizador chamado envelhecimento. Por favor, que ninguém se deixe contigiar pelos meus argumentos, ou, nem mesmo credite em mim qualquer piedade especial, caso contrário talvez pudesse soar insensível aos outros infinitos seres sensíveis nesse mundo cuja dor é imanente à condição dos que nascem nele. Também é estranho que qualquer criatura julgue a única possibilidade de abrigo no qual se percebe desde a primeira infância. É talvez o cão ignorando o espelho. Ou, o gato - de repente - descobrindo que existem cães. Depois desse dia é por qualquer das fomes que o gato sai do esconderijo, perplexo e ligeiro tenta recordar qual cheiro tem um cão. E a cabeça prossegue, não por gosto, em estado de constante alerta e se dorme umas poucas horas, não se desliga da necessidade de despertar, ou, se dorme mais se regozijaria fazer de um sonho bom a fuga. Às vezes, penso e se por cautela eu tentasse praticar uma arte marcial por razões de auto defesa, então pensa: melhor socar o vento que sempre desvia do golpe, porque talvez o saco de pugilistas pode querer vingança. Ou então, a solução pode estar num invento: quem sabe avião submarino supersônico, em modelos populares, seria curioso se parece com um golfinho e ainda não tentamos essa saída. Certa vez eu vi galo chorar pela saudade da época que era pinto. E nem todas as galinhas poderiam consolar, era um galo velho olhando sempre alguém acender o fogo, abrir uma garrafa de vinho sorrindo dizer: -"Coq au vin"! em exclamação inegável. Daquele instante em diante o galo velho e coxo canta aos berros em círculos por um tempo exaustivo. Mas, de novo, a pessoa desliga o fogo e se contenta em encher a cara de vinho. O sofrido galo velho coxo, já não tem regularidade de sono e quando se lembra canta toda hora. Deplorável, ele sabe, porém em orações constantes, pede a preservação de alcolatras pouco famintos.

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