sexta-feira, 10 de julho de 2015



Sobre borboletas azuis


   Não muito longe da minha casa existe uma mata, então sempre que vou ao centro da cidade passo próximo a ela e todas as vezes desfruto de sua beleza, que me suscita reflexões. Um pensamento recorrente é: até quando ela será respeitada, haja visto que já tivemos um prefeito que cogitou fazer dela um condomínio de luxo. Essa desconexão com a vida não é característica exclusiva dele, ainda são muitos que não percebem o óbvio: o que somos é um conjunto de interações de um organismo maior, ainda que seja possível distinguir entre outro e eu essa perspectiva é irreal, ilusória, por exemplo: digo o ar e eu, no entanto nunca existiu eu sem ar. Esses 'grandes seres em fluxo' costumam cumprir a função de facilitar as interações entre os imersos neles. Até esse ponto os homens primitivos conseguem acompanhar o raciocínio de existirem a partir de condições favoráveis a existência deles como organismos, o que os homens primitivos ainda não alcançaram é a 'economia' e 'não gratuidade' nas manifestações naturais, se essas duas inferências forem reais sobre o modo como se fez e se faz a natureza, então as interações nesse ecossistema são muito mais sutis do que as que nos parecem evidentes, como precisarmos de água para vivermos. Se a natureza faz-se por economia e não gratuidade e sendo ela um organismo - ecossistema - qualquer modificação por menor que seja irá repercutir em todo o organismo, assim como ocorre no corpo humano, um micro/ecossistema. Isso significa que mesmo a extinção de um tipo de inseto pode ocasionar grave desequilíbrio no ecossistema a longo prazo, porque a natureza - o sistema/eco - se fez por economia e sem gratuidade ao se expressar também como um tipo específico de inseto, além do que o distingue como espécie ele realiza algo que em cadeia serve ao conjunto sistema/eco.

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