segunda-feira, 20 de julho de 2015



Não tema. E um vazio impronunciado se sobrepõe a todo som.

Do inverso para cá tenho acreditado que só existe som e tudo que por incapacidade não escuto passei a chamar silêncio. Me ocorre que silêncio sou eu quando só eu me escuto.

Depois de cultivar silêncio por muitos anos alguém torna-se capaz de fazer música. Agora você precisa enxergar, por exemplo, o avesso do que fazem as teclas de um piano e então vai me entender.

Falar é algo controverso: porque enquanto me ocupo projetando sons vão crescendo silêncios confortáveis em mim. Quem sente falta de pensar quando pode ser ouvido? Aprenda outro idioma e ficará óbvia essa afirmação.

Não tema. Concluo-me inacabado.

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