sábado, 16 de maio de 2015


Nas noites em que me amanheço 


   É este tempo como faca de dois gumes que arranca lascas grossas dos meus sonhos mais antigos e com um movimento esculpe-me corpo e alma.

   É este tempo que se por um erro acerta-me a polpa, logo descobre meus sonhos moles que gotejam dos olhos.

   - Por isso menino, quando pergunta meu nome é preciso que entenda ser ele bem mais que o limite sobre o qual eu possa me acomodar. Meu nome mais se parece com o vocativo de uma tragédia única começada ao som da voz da minha mãe. É como se na insistência dela por me ensinar meu nome escondesse a revelação, assim a cada vez que repetia meu nome em seu colo em pensamento dizia: vem pra tudo que não te espera que é bem maior do que o que te aguardava.

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