terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Todos os deuses nos aguardam à deriva.
Indiferente ao significado ou à credulidade,
a cada época e no máximo todos diferentes: sentidos, potências, deuses ou evidências são estimativas e tempos sobre naufragar em vão.
O horizonte ainda é um fim em nós, apesar de toda circunferência que inventamos para nos esquivar.
Por isso, me alcance tuas mãos e não porque sirvam ao impedimento da nossa condição de ir, mas porque significou termos sido. Último ato de solidariedade.
E se o tempo me tira tudo por um lado, por outro me devolve o mistério dos deuses que me querem à deriva: sendo, pensando ou sentindo.
Quem sabe até descobrirmos que o porto somos nós e que talvez algo como âncora durma no abraço dedicado às velas cansadas ou descobridoras da condição de terem sido só barco.
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