Por que deixa cada sonho incompleto à fronteira entre realidade e delírio?
Senão para que te chamem paixão.
Eu vi teus olhos debruçados sobre alguma coisa incerta e achei que eu pudesse ser um destino ou esclarecimento.
Mas era duplamente vão.
Teus olhos mergulham em abismo, tão úteis como clarabóias desafogando as almas nos prédios.
- Eu quase não sei como me mexer quando te vejo.
Talvez só eu seja impermanente.
Enquanto você continua chegando a tantos outros lugares eu fico em adeus ou aceno calado, porque você só partiu em uma parte.
Ao que nos causa amar:
- Por que recolhe tão jovens os que te quiseram?
- Planta a tempo os que te quiseram colher?
À contradição:
- E se fosse diferente?
- Se acaso uma única vez fosse o horizonte olhando para mim?
Sobre ensaio da hipótese:
Eu pediria calma ao horizonte e eu diria:
Se ao mar, vou construir barco.
Em terra, entre nós é o tempo.
E o tempo é sempre favorável, enfim foi o tempo que nos fez para ambos agora.
Entre nós medimos a distância exata do quanto nos desejamos e chegar é fácil diante disso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário