sábado, 9 de julho de 2016




Porque não quis ser meu segredo sou obrigado a me declarar.

- Vê esta outra margem abaixo da minha pele?

Nela dormem antes do seu toque: variações de pulso e respiração,
juntas de um catálogo de atribuir significados.

Eu voltei, por necessidade, me deixar assombrar pelo seu nome.

- Percebe?

O tempo é uma causa fria 
sem o que cause calor ao considerá-lo.

E a fronteira do fim está anexa à ideia de amanhã,
disso uma multidão sobrevive porque acredita no: se.
Se você me ler, se eu te fizer carinho nas ideias, se tua mão se move para alcançar minha pele, eu abrirei meu catálogo de significados ou inventarei outras palavras para as variações de pulso e de respiração que você irá causar. E nos faremos caloroso abrigo, para que o espaço toque no tempo. Enfim, nós dois seremos o clímax do amor entre duas dimensões.

                             Imagem: na foto está Cauã Reymond.

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