quarta-feira, 1 de junho de 2016




Então alguém que nunca chega irá chegar 
antes que seja tarde, irão chamar teu nome.


Brota de coluna em cada vértebra 
entrelaça e se estica imperecível: é o tempo.


Ora, 
que hipótese essa caber mais de um?
Sonha inerte o veículo esperando que embarquem: 
no sonho.


E desse céu, quem leva mais estrela que a memória?
E olhos vagam a perder de vista, e sem nem arrogância, olhos são mais.


Eu canto de cá, desse vácuo em silêncio absoluto, ninguém ouve a trovão na solitária floresta.


As nuvens choram? 
Ou só eu que penso assim?


Mas os cães recolhem nas poças,
com língua afoitas,
antes que sequem os segredos da Terra.


Abandonado.

Homem,
mulher e
bicho.

Só as plantas se acolhem por baixo, 
são silenciosamente solidárias
, no abandono, 
as raízes.


- Alguém sorriu para mim.


______



Then someone who never comes will come
and
before it's too late, will call your name.


Springing column in each vertebra
intertwine and stretches imperishable: is the time.


Yikes
that hypothesis that fit more than one?
Dreaming, inert vehicle waiting to board:
in the dream.


And that sky, who takes more star than memory?
And eyes wander to lose sight, and without even arrogance, eyes are more.


I sing here, this vacuum in absolute silence, no one hears thunder in solitary forest.


The clouds cry?
Or just me who think so?


But dogs gather in puddles,
with fast tongues,
before drying out the Earth's secrets.


Abandoned.

Man,
woman and
animal.

Only plants welcomes below,
are silently solidarity
, abandonment,
the roots.


- Someone smiled at me.


                   Imagem: Martin Lauschke.

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