segunda-feira, 9 de novembro de 2015



Janela aberta sol invadia a sala iluminando a poltrona aposta ao sofá que sentávamos minha mãe e eu. Sem rito de gênero, nossa conversa valia mais que sexismo. Ela que estivera limpando a estante, deixou cair o livro marcado pela rosa seca. Depois disso veio aquele sofá sobre o qual falei e nós dois sentados opostos aos reflexos difusos de um sol intenso, enquanto ela me dizia do costume de sua mãe - minha avó - secar flores por entre páginas. Acho que na vida vim pelo inverso, então comecei pela neurose e faz pouco tempo que me dedico à perversão, digo isso porque precisei ser respondido em um tanto de perguntas até entender que era suficiente uma pequena flor ou folhas - guardadas por papéis dispensáveis - por entre as páginas de um livro pesado. Me segurei para não fazer daquele momento a secagem de um jardim inteiro, fui minimalista e me senti confidente pegando uma pequena rosa para guardar naquele livro.



                            Imagem: Arak Photography

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