No tempo os sonhos que enraízam nascem. Da outra parte desse todo que é sonho encontram seiva. Mas é sempre a partir de no mínimo dois.
Quando a Terra ainda era plana os sonhadores viam o horizonte como trampolim. Desta Terra que ficou curva dos saltos os sonhadores foram aos abraços e se encontram.
Certa vez eu vi um menino chorando e perguntei:
- O que houve?
E ele me disse:
- Eu ainda não sou plural.
E eu insisti:
- Me explica.
E ele disse:
- Amor, coragem e sonho são sempre plurais e coletivos e são grandes porque são importantes para mais do que uma pessoa, enquanto o medo, a fragilidade e a tristeza são sempre sentimentos em singular. Mas agora somos dois e aquilo que eu temia só estava em mim, porque somos mais que um já não me vence. Enfim, sou plural com você.
Imagem: Forgotten © A H M E D • K H A L E D
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