sábado, 12 de outubro de 2013

Pataxó

   Eu estava em sala de aula, quando percebi uma movimentação diferente na quadra da E. M. Dom Justino - situada em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, tarde de 11 de outubro de 2013 -, desci até a quadra da escola envolvido na atmosfera que a música e o silvo de pássaros criavam em mim. Ao chegar no referido local, vi nativos brasileiros em torno de objetos que correspondiam à sua etnia, disposto no chão em forma circular; alunos curiosos ocupavam a arquibancada da escola e professores estavam junto aos nativos, admirando os objetos trazidos para a exposição pela etnia mencionada. 
 
   Em um primeiro momento, me fiz distante e me sentei com os alunos, quando percebi que também eu podia estar mais próximo dos nativos brasileiros, me levantei e fui ao encontro destes; atendo ao que haviam trazido para a mostra, observei  cada um dos objetos dispostos no chão e - estando estes à venda -, movido pelo gosto escolhi um belo colar [ formas circulares de material orgânico de cor negra ]; conversei com uma nativa que me informou o valor, comprei o colar e esta me disse algo em sua própria língua.   Então, eu fui em direção aos alunos movido por um estímulo diferente, senti uma transformação naquele gesto tão simples, e à medida que coloquei o colar, mais intenso ficou em mim a atmosfera pessoal oriunda daquele contato.
 
   Jornalistas também estavam presentes registrando o encontro; outros - que pareciam acompanhar os nativos, mantinham-se envolvidos às atividades ou observando de longe o evento -; havia uma nativa que demonstrava desenvoltura ao falar e que representou os demais nativos neste aspecto. Na ocasião em que teve início o rito representativo da cultura Pataxó, esta mesma nativa fez menção a Jesus e posteriormente o grupo celebrou em movimento e em linguagem oral - correspondentes à esta etnia -, uma representação restrita a eles, que depois foi estendida aos demais presentes na quadra da escola. Notei que o movimento circular era fundamental, toda a sequência de representação cultural tinha o movimento circular em sua estrutura elementar; incluo que mãos e pés alternavam; também alternavam em: intensidade, direção e sentido entre os nativos em fila.
   A beleza do evento causava estranheza e admiração entre os participantes envolvidos ou que optavam por observar; emoções diversas eram manifestas.

    

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