quarta-feira, 19 de novembro de 2025

 


   O amor é uma das poucas coisas capazes de realmente aliviar nossa solidão. E, eu não encontro nenhuma uma razão para convencer alguém a preferir ficar sozinho ou ter menos companhia na vida. 


   Aqueles que se opõem a certas formas de amor apresentam razões: sociais, religiosas e biológicas, porém são incapazes de explicarem objetivamente a causa do amor romântico; em vez disso, culpam algo cuja causa nem sequer conseguem identificar. Como isso pode fazer sentido para alguém inteligente? Na verdade, muitas pessoas odeiam o amor, mas gostam do que ele serve como pretexto, por isso os argumentos sociais, religiosos e biológicos - não causas, são pretextos. 


   William Shakespeare foi genial mostrando exatamente que tirando os apaixonados todo o restante odiava ou temia aquele amor. No entanto, assistindo "Romeu e Julieta" nós atualizamos o ocorrido da peça e nos colocamos automaticamente como apoiadores daquele casal. Mas, será que no cotidiano não faríamos uma grande lista de poréns que servissem aos pretextos: sociedade, religião e biologia como justificativas obrigatórias ao amor? 


   Não é sobre agir de forma estúpida ou inconsequente, assim como também não é aceitável renunciar um amor por falta de causas ou qualidades louváveis.  Porque do ponto de vista romântico o amor não é sobre empreender um negócio com razão social definida e declarada.


   Eu diria uma coisa a todos: se você ama e é amado realmente, entenda que isso não é banal, simples ou tão comum quanto nos fizeram acreditar.   


   Autores e artistas reúnem os fragmentos mais preciosos da vida humana para compor suas obras e, como o amor está presente em muitas delas, passamos a ignorar sua raridade. É contraditório, eu sei, mas faz sentido esse efeito inverso. 


P.S.: em qualquer situação, o amor de outros, em suas diversas formas, é assunto deles - assunto entre os que se amam.

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