quarta-feira, 26 de abril de 2017



Não é sobre a noite, o tempo ou o afeto. Mas porque lá estava a coisa diante de mim. E por ser qualquer coisa que não reconheço como sendo eu a coisa existe como muitas possibilidades.

Ai de mim que me debruço em silêncio ao pôr-do-sol, porque sou dessa gente que sem ser marinheiro nasceu navegante.

- Lástima que a vida encerre, mas absurdo é se não houver um dormir e um sonhar. Tudo mais é remediável.

Hoje amanheci contando o tempo e ele nunca me sobra desde que me descobri com tempo finito. Os mais novos são lindos a medida que neles inexiste uma contabilidade do tempo finito - é um tipo de ignorância cronológica sobre a finitude que faz brilhar o rosto das crianças.

Eu pondero, mas o sonho como realidade só me acena para além de um abismo.

Esta noite se inverteu. Ou como explico toda essa escuridão dormindo no meu abraço?

E sobre aquilo que me disseram ou pelo sorriso de alguém que me coloco de pé, só por mim teria ficado deitado.

Enfim, se estou vivo ou se não morro é pelo outro.

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