Desta areia quente -
seca até mesmo nas lágrimas -
não nascerá flor.
O que fazer com aqueles entres os quais só cantam os corvos?
Encerra o peito expediente ao pulso de tanto apanhar,
sem escolher revidar e bater,
fez em pleno peito puro silêncio.
Eu te quis tanto antes que tivesse nome
que passei dias inventando estórias,
por fim resto-me eu e a inventividade.
Não se confunda se me encontrar em abismo,
a menor semelhança entre nós é sem dúvida eco.
Porque o mundo é feliz, dói e sente em ressonância.
E disso alguns:
amam mais que por si,
desgostam mais que por si.
Mas em confronto entre o ser e o mundo,
o ser escolhe achar que o que senti se trata só de si mesmo;
é quando o ser reduz o mundo ao peito.
Sou silêncio e caixa de ressonância.
Em mim cantam os corvos.
Em mim cantam os corvos.
Imagem: "Les Fleurs du Mâle".
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