domingo, 13 de setembro de 2015




Se alguém souber o que é o ocaso, por favor, me conte. Faz muito tempo que ele mexe comigo, ritma minha respiração e lança em mim todas as certezas contra minhas dúvidas superficiais. Sim, o ocaso é exigente e se recusa acreditar nas mentiras que confortam. Acho que um pouco como eu, um pouco como Antígona em Sófocles, também o ocaso está no 'entremeios' lacaniano, nem vida e nem morte, nem dia e nem noite. Demorei muito a entender que o incomodo era me ver tão parecido com aquele momento único, intenso, rápido e efêmero. Porém ainda que termine, todos os dias eu tenho algo da natureza semelhante a mim mostrado a todos, agora que estou acostumado a nudez já não me importo e chega ser confortável saber que eu sou aquilo que nunca será plenitude, nascimento ou morte, e vivo para sempre nas fronteiras das adjetivações elevadas ao absoluto, das qualidades puras.

___


If anyone knows what is sunset, please tell me. A long time it moves me, makes my breath and throws me all my certainties against superficial questions. Yes, sunset is demanding and refuses to believe the lies that comfort. I think it looks like me, also looks like Antigone in Sophocles, because sunset is in the 'inset' [ Entremeios ] Lacanian, neither life nor death, neither day nor night. It took me long to understand that the inconvenience was I perceive myself as like that moment, intense, fast and ephemeral. But still to finish, every day I have something of nature like me shown to all, now that I'm accustomed to nudity just do not care and is comforting to know that I am that will never be full, birth or death, and live forever border of adjectives that are elevated to the absolute, the pure qualities.


  Imagem: ALBERT BIERSTADT (1830-1902); Facebook: Open ArtGroup

Nenhum comentário:

Postar um comentário