quarta-feira, 19 de julho de 2017


De tudo que não tem vida o tempo, o sonho e o desejo são os mais cheios de si mesmos; sem nada acontecer se acumulam.

Horizonte, abismo, beira, janela, fronteira são nomes a serviço de quem ultrapassa pessoas, ideias e coisas.

- Não se ressinta.
- Mas como? Se também sou a medida da memória.

A circunstância e o tempo vestem os seres com personagens que encurtem o caminho no qual se apresentam o amor, a fúria e os entremeios, por isso não se ressinta... não poderia ter sido só você ou mesmo nós, porque ser é uma satisfação econômica do contexto expressando vontades.

Os demônios carregam malas cheias de lindas fantasias e perigosas armadilhas, enquanto os deuses se deleitam agora e sonham com amanhã - enfim: são deuses porque se deleitam - ; mas sem exceção todos eles só vivem com teu consentimento dormindo no seu peito.

- Ser é um barco ao nosso comando e a serviço de tudo que não somos. Ser é um exercício por não ser.

No barco alheio: glória e inglória será, enquanto evitamento de total naufrágio no tempo e circunstâncias.

Em tudo que ganhar terá um sorriso de um demônio. No beijo, abraço ou sexo terá sido encontro de deuses. Ser é apesar disso, aquela parte que você encontra-se entre tudo que diz adeus.

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