Atualmente, os assuntos que me interessam em diálogos demorados têm que serem: necessários, deslumbrantes ou íntimos. E as urgências como sirenes.
Ao longo da vida, eu insisti tanto na tagarelice como afetividade verdadeira que a estratégia desse meu autoengano se gastou.
Eu consigo passar algum tempo assistindo tagarelice de outros com algum prazer, mas perdi a capacidade de me incluir à ela, exceto sob algum tipo de embriaguez.
E se alguém tentasse me contradizer comparando tagarelice ao andar de bicicleta. Então eu acrescento, que se existir semelhança na mecânica, meu argumento é que na prática o equilíbrio em ambas atividades não se conserva.
Sem nenhuma dúvida, eu me adianto a qualquer um que me diga culpado. Sim, de início eu assumi e reitero minha culpa. Foi eu quem exagerei no vício de falar e deixei quase todas as palavras ocas e ressonantes como ecos em uma caverna.
Eu assisto outros indiferentes à minha presença falarem e, às vezes, essas conversas virtuais ou presenciais me divertem muito. Sou obrigado a controlar minhas reações em segredo quando eu estou em público e, quase sempre, me desagrada se: direta ou indiretamente for chamado à participação.
Eu nasci para ser plateia na época certa, em meio à sociedade do espetáculo.
Só por hoje, eu preciso me contradizer.
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